Bioquímica - Aminoácidos

4 - Aminoácidos


Aminoácidos são compostos orgânicos que possuem em suas moléculas os grupamentos amino (– NH2) e carboxila (– COOH).


Figura 1 - Fórmula geral dos aminoácidos - O aminoácido apresenta um carbono central ( carbono a) ao qual se ligam um grupamento amino (-NH2) , um grupamento carboxila (- COOH), um hidrogênio (H) e o grupo radical (R).

A diferença entre os diversos tipos de aminoácidos é feita pelo radical. Veja os exemplos a seguir.

Plantas e animais necessitam de diferentes tipos de aminoácidos para seu crescimento, desenvolvimento e sobrevivência. As plantas são capazes de fabricar em suas células e tecidos todos os tipos de aminoácidos de que necessitam. Os animais, por sua vez, conseguem fabricar no corpo apenas alguns tipos de aminoácidos. Os aminoácidos que os animais não conseguem sintetizar no próprio organismo precisam ser obtidos por meio da alimentação.

Assim, nos animais, os aminoácidos podem ser classificados em naturais e em essenciais.

• Aminoácidos naturais (não essenciais, dispensáveis) são aqueles que o organismo animal consegue fabricar em seu próprio corpo.

• Aminoácidos essenciais (indispensáveis) são aqueles que o animal não consegue sintetizar em seu próprio corpo e que, portanto, devem ser obtidos por meio da alimentação.

Classificar um aminoácido como natural ou essencial depende da espécie de animal, uma vez que um mesmo tipo de aminoácido pode ser natural para uma espécie e essencial para outra.

A tabela a seguir relaciona os aminoácidos naturais e essenciais para um indivíduo adulto da espécie humana. Alimentos ricos em proteínas são importantes fontes de aminoácidos para o nosso organismo, notadamente de aminoácidos essenciais (tab. 1).

Tabela 1 - Aminoácidos essenciais e não essenciais

Ao serem ingeridas, as proteínas são digeridas, isto é, são “quebradas”, até serem convertidas em aminoácidos, que serão, então, absorvidos e distribuídos pela corrente sanguínea para as células dos diversos tecidos do nosso corpo. No interior das células, esses aminoácidos serão utilizados na síntese de novas moléculas proteicas, podendo ainda, no caso do fígado, ser utilizados na fabricação de outros aminoácidos por meio das reações de transaminação.

As proteínas que fornecem todos os aminoácidos essenciais em boa quantidade são chamadas de proteínas completas, enquanto aquelas que não fornecem todos os aminoácidos essenciais de que necessitamos são denominadas proteínas incompletas. Os aminoácidos podem ligar-se uns aos outros, formando compostos mais complexos. Dependendo do número de aminoácidos que se uniram para formá-los, esses compostos podem ser chamados de dipeptídeos, tripeptídeos, tetrapeptídeos, etc. Os termos oligopeptídeos (do grego oligo, pouco) e polipeptídeos (do grego poli, muito) também são usados para se referir às moléculas peptídicas resultantes, respectivamente, da união de poucos e de muitos aminoácidos. Nesses compostos, os aminoácidos se mantêm unidos uns aos outros por meio de uma ligação química covalente denominada ligação peptídica.

A ligação peptídica se faz entre o carbono do grupo carboxila de um dos aminoácidos com o nitrogênio do grupo amino do outro aminoácido. Para que se forme uma ligação desse tipo, o grupo carboxila de um dos aminoácidos perde o seu grupamento hidroxila (OH), enquanto o grupo amino do outro aminoácido perde um de seus hidrogênios (H).

A hidroxila e o hidrogênio liberados reagem entre si formando água (H2O). Assim, toda vez que se forma uma ligação peptídica, há também a formação de uma molécula de água. Trata-se, portanto, de um exemplo de síntese por desidratação, uma vez que a água é um dos produtos da reação. Veja os exemplos adiante.

Referências:

  • JUNQUEIRA, Luis C. & CARNEIRO, J. "Biologia Celular e Molecular". Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1991. 5ª Edição. Cap. 1.

  • OLIVEIRA, Óscar; RIBEIRO, Elsa & SILVA, João Carlos "Desafios Biologia". Editora ASA, Porto, 2007. 2ª Edição. Cap.1.

  • AMABIS, JOSÉ MARIANO; MARTHO, GILBERTO RODRIGUES. Volume 1: Biologia das células – 3. Ed. – São Paulo: Moderna, 2010.

  • NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger: Princípios de Bioquímica. 3ª ed., Sarvier, 2003